Apesar de não ter um orçamento comparado com as produções cinematográficas, o ArrowVerse apresentou muitas séries que agora irão se juntar para mais um crossover anual. Dessa vez adaptando o clássico Crise nas Infinitas Terras (1986), as terras das séries da CW irão colidir com adaptações cinematográficas como o Superman Returns e Batman de Tim Burton, e séries como o famigerado Batman dos anos 60 estrelado por Adam West.
Primeiro Episódio (Supergirl S5 Ep9) - Uma das grandes expectativas sobre o
encontro eram as participações especiais. Vários nomes foram confirmados no
últimos meses e alguns já aparecem aqui, como Robert Wuhl como Alexander Knox, Russell Tovey como The Ray, Burt
Ward como um já velhinho Dick Grayson, Will
Wheaton como um homem prevendo o fim do mundo e um cameo não divulgado: em
um frame rápido, é possível ver Alan
Ritchson e Curran Walters, de
Titãs, em uma das terras que está para desaparecer, o que foi uma verdadeira
surpresa.
No entanto, todas essas aparições são
extremamente rápidas e duram apenas alguns segundos durante a introdução da
história. Ainda que tenham certo charme (com Robert Wuhk, a música clássica do Batman toca e Burt Ward usa uma roupa que referencia
o Robin), os trechos são pequenos demais e fazem com que tais personagens não
tenham atuação dentro do crossover. E essas participações especiais acabam
sendo somente para mostrar ao público da existência de diversas Terras-Paralelas,
mas acaba nisso somente, frustrando um pouco.
As referências do episódio não param por
aí e há alguns momentos interessantes. Na Terra-38, lar da Supergirl, Clark
Kent vive em Argo sem seus superpoderes para ter uma vida normal ao lado de
Lois e o bebê do casal, Jonathan. Mas a onda de antimatéria se aproxima e ele
precisa colocar o bebê em um pod para salvá-lo. Ainda que tal paralelo com a
destruição de Krypton seja batido, é emocionante ver Clark repetindo sua
história para salvar o filho.
Clark e Lois são salvos no último e
encontram a Supergirl em um momento interessante. Interpretado por Tyler Hoechlin, o Superman de Supergirl
é calmo e pacífico, mas em todos os episódios em que aparece, o personagem
revela a angústia trazida pelos superpoderes. Aqui ele se questiona se não está
sendo punido por querer ter tudo: após ter poderes, ele teve a possibilidade de
abdicar deles em prol de uma vida normal, algo que não é possível para todos os
heróis. Clark conquistou uma vida perfeita em Argo e isso o faz se sentir
culpado. Ao mostrar tais sentimentos, Hoechlin entrega um Homem de Aço com
camadas de profundidade, sem precisar ser sombrio. Que digamos de passagem,
supera muito o Superman de Henry Cavill
e Zack Snyder.
Crisis on Infinite Earths: Part One termina com a morte de Oliver Queen, que
fica para trás para ganhar tempo e salvar mais pessoas da Terra-38. Sua morte é
sentida pelos colegas em volta em uma cena intimista, que emociona muito mais
do que uma grande morte do meio do combate. Oliver chega ferido a tempo de dar
um último adeus à filha Mia e de deixar nas mãos de Barry e Kara o destino do
Multiverso.
Segundo
Episódio (Batwoman S1 Ep9) - O capítulo começa
com os personagens lamentando a morte de Oliver Queen/Arqueiro Verde, que se
sacrificou logo no começo da Crise. A Supergirl
(Melissa Benoist), especialmente, se
sente culpada: ela acredita que Oliver se sacrificou por ela e Barry/Flash (Grant Gustin) e se angustia por isso. Já o Velocista Escarlate
enfrenta o luto de outra forma. Barry não aceita a morte de Oliver e toma uma
decisão perigosa: usar o Poço de Lázaro para reviver o amigo. Até aqui, a
história sobre o poço de Lázaro estava aceitável, no qual eu pensava que com o
decorrer do episódio os personagens iriam se conscientizar sobre a atitude e
não realiza-la, pois somente o corpo volta, tendo o indivíduo ressuscitado
perdendo sua alma.
Tal escolha leva à
participação especial de Matt Ryan
como John Constantine. É ele quem
ajuda Barry, Mia e Sara na tentativa de trazer o Arqueiro de volta, mas o plano
só funciona parcialmente. O corpo de Oliver volta, mas sua alma não e
Constantine alerta que esse passo é ainda mais difícil. Tal trama deixa o
questionamento de como a morte de Oliver será tratada no Arrowverse. O que
apesar de Oliver ser um personagem importante para todo o surgimento desse
universo, eu acredito que sua morte deve ser respeitada, e seguindo os
ensinamentos de Ivan Drago em Rocky 4,
“se
morrer, morreu.”
É então explicado pelo
Monitor, que para impedir a nuvem antimatéria, os heróis precisam reunir quatro
paladinos: verdade, coragem, destino e esperança. Kara representa a esperança,
algo que combina muito com sua personagem. Ray Palmer (Brandon Routh), com sua habilidade mostrada em Legends of Tomorrow, é o
do destino. O da coragem é o Batman do futuro de Kevin Conroy. O que infelizmente será muito maltratado ainda nesse
episódio.
É então que os
personagens se dividem para buscar tais paladinos e impedir de que Lex Luthor
mate todos os Superman´s de outras terras. Assim como aconteceu em Supergirl, é
neste momento que o episódio se torna sobre a heroína do título. Kate Kane
(Ruby Rose) junto com a Supergirl vão até a terra onde se encontra o Batman do
futuro, lá Kate se emociona ao rever um Bruce envelhecido e debilitado. No qual
é dito por Luke Fox (Camrus Johnson)
que esse Batman matou todos seus inimigos, até mesmo o Superman dessa terra,
sendo essa batalha que o debilitou e forço-o a utilizar um exoesqueleto. Kate
encontra então um Batman sombrio, assassino, e que não tem nenhuma da moral que
ela conhecia. Após uma tentativa desse Batman em matar mais um krpytoniano –
Supergirl – Kate o empurra contra algum aparelho tecnológico no qual dá um
choque em seu exoesqueleto e o mata! (Sério, é assim que ele morre).
Kate volta para sua
realidade triste e reflexiva com o que presenciou. Ela se assusta ao ver quem
Bruce se tornou e não quer ficar da mesma forma. Assim é mostrado que ela é a
verdadeira paladina da coragem. Kate se assusta e até se questiona: "sou
vigilante há tão pouco tempo, será que isso faz sentido?".
O episódio continua com
a busca do quarto e último paladino, o da verdade, descrito como um
"kryptoniano que já perdeu tudo o que um homem pode perder". É dentro
dessa busca que há a volta de Tom
Welling, astro de Smallville. Infelizmente não é
tocada a música clássica do seriado, mas Clark está de volta na mesma fazenda,
com a mesma camisa de flanela e, curiosamente, sem poderes. Assim como o Clark
da Terra de Supergirl, ele desistiu de ser o Homem de Aço para ter uma família
ao lado de Lois (Erica Durance,
também de volta). Nessa cena, acontece um diálogo entre Clark e o Lex Luthor de
Supergirl, no qual esse joga uma pedra de krpytonita em Clark que a segura,
explicando que abdicou de seus poderes para ter uma vida comum com sua esposa e
filhas.
A procura continua e revela que o paladino da
verdade é o Superman de Brandon Routh
que, em sua realidade, perdeu todos que ama, inclusive Lois. Routh retorna com
o figurino do Reino do Amanhã e, ao ser controlado por Lex, entra em uma grande
batalha com o Superman de Tyler Hoechlin.
Ainda que os efeitos lembrem os Agentes Smith de borracha de Matrix
3, Superman e Superman lutam em cima do globo do Planeta Diário, em uma
sequência de fan service divertida e satisfatória.
Então esse foi um episódio com muitas decepções mas
também com muitas emoções, foi muito bom ver o Superman de Brandon Routh novamente, assim como o Clark Kent de Tom Welling, que esse poderia não ter abdicado
de seus poderes, mas ter uma outra justificativa, como ele estar muito tempo
exposto ao sol amarelo e a krpytonita não lhe faz mais efeito; mas também não
podemos esquecer do Batman de Kevin
Conroy, que apesar de ser uma boa ideia para o personagem, foi altamente
mau utilizado, com esse podendo até mesmo se aliar com o Anti-Monitor e quem
sabe ter uma redenção no final para salvar a Kate, contudo o mataram eletrocutado
em seu exoesqueleto.